Resumo.
Francesco Petrarca foi um importante poeta da época do Trecento, fase da história da arte da Itália que é posterior à idade média e marca a transição para o renascimento. Sua obra poética contribuiu para o desenvolvimento do soneto e influenciou toda a poesia lírica ocidental, considerado, com Dante e Boccaccio, um dos principais nomes da literatura do Trecento e pai do Humanismo. O texto discorre sobre a vida de Petrarca e sua obra, apresentando uma série de fotografias recentes da sua casa.
Palavras chave: arte italiana, Francesco Petrarca, Trecento, Humanisnmo, Renascimento.
Francesco Petrarca
Gravura de Francesco Petrarca.
Fonte: Wikipedia, 2005.
Petrarca (1304-1374) foi um diplomata e poeta italiano nascido em Arezzo, região da Toscana. Passou sua infância na cidade de Incisa in Val d'Arno, perto de Florença e nas cidades de Avinhão e Carpentras, na região da Provença, no sul da França. Humanista, foi um dos precursores do Renascimento Italiano. Foi o criador do soneto, poema com 14 versos, e é considerado o pai do Humanismo Italiano. Estudou em Montpellier (1316–1320) e Bolonha (1320–1326), interessando-se pela escrita e pela Literatura Latina, voltando para Avinhão em 1326, onde trabalhou em vários empregos burocráticos. Ao Lançar sua primeira grande obra, África, um épico em latim sobre o grande general romano Scipio Africanus, tornou-se uma celebridade na Europa. Cunhou o termo "idade das trevas", atribuída à Idade Média, considerado um período obscuro da história marcado por grande ignorância. Escreveu relato fictício de sua subida ao topo do Monte Ventoux (1.909 m), na forma de cartas, sendo a história uma expedição de alpinismo, de onde surgiu o termo. Teve a visão de uma mulher chamada Laura na Igreja de Santa Clara de Avinhão dando origem a Rime sparse ("Rimas Esparsas"), considerada, mais tarde, como a coleção de 366 poemas de II Canzoniere ("O Cancioneiro"). Petrarca é tradicionalmente chamado o pai do Humanismo, inspirando a filosofia humanista que levou à Renascença. Ele acreditava no imenso valor prático e na imensa moral do estudo da História Antiga e da Literatura Antiga, ou seja, o estudo do pensamento e da ação humana.
A ÉPOCA DE TRECENTO
Compreende o século XIV, um período altamente criativo, que marcou a transição para o Renascimento. O termo Trecento é a abreviação de Milletrecento (mil e trezentos), ou seja, o século XIV. Sendo o século seguinte (1400-1500) conhecido como o quattrocento, e o outro (1500-1600) como o cinquecento. É um fenômeno tipicamente italiano, ocorrido principalmente na Cidade de Florença, embora outros centros também tenham participado do processo, como Pisa e Siena, presenciando alterações no cenário econômico, cultural e na organização social. Marca o início de uma transição da época medieval para a moderna, dinamizada pela fundação de grandes casas bancárias, noção de livre concorrência e forte ênfase no comércio. A região cada vez mais se estruturava em moldes capitalistas, onde a tradição foi sacrificada diante do racionalismo, especulação financeira e do utilitarismo. O sistema de produção desenvolvia novos métodos, como a divisão do trabalho e sua mecanização, despersonalizando a atividade artesanal. Foi adotado por várias cidades o regime republicano, com base no racionalismo, surgindo a classe média emancipada intelectual e financeiramente.
Indica o caminho para a casa de Francesco Petrasca.
Fonte: Autora.
O RANASCIMENTO E A RENASCENÇA
Renascimento ou Renascença são termos referentes ao período da história da Europa, entre meados do século XIV e o fim do século XVI. No período houve transformações na cultura, sociedade, economia, política e religião, caracterizando a passagem do feudalismo para o capitalismo, entretanto, os termos são mais empregados para descrever seus efeitos nas artes, na filosofia e nas ciências. Houve a intensa revalorização das referências da Antiguidade Clássica, diminuindo a influência do dogmatismo religioso e do misticismo sobre a cultura e a sociedade. Também, a crescente valorização da racionalidade, da ciência e da natureza. O ser humano é posto no centro da criação, e por isso deu-se à principal corrente de pensamento deste período o nome de humanismo. Manifestou-se na região italiana da Toscana, tendo como principais centros as cidades de Florença e Siena, de onde se difundiu para o resto da península itálica e para outros países da Europa Ocidental, impulsionado pelo desenvolvimento da imprensa e pela circulação de artistas e obras. Apesar de originária da Itália, o renascimento ocorreu na Inglaterra, França, Alemanha, Países Baixos e Península Ibérica. O termo Renascimento foi registrado pela primeira vez por Giorgio Vasari, no século XVI, um historiador que se empenhou em colocar Florença como a protagonista de todas as inovações mais importantes, e seus escritos exerceram uma influência decisiva sobre a crítica posterior.
Aferscos existentes no interior da casa de Francesco Petrasca
Fonte: Autora.
A SUBIDA AO MONTE VENTOUX
Fachada da casa de Francsco Petrarca
Fonte: Autora.
Francesco Petrarca escreveu sobre sua ascensão ao Monte Ventoux (na Provença; altitude de 1.912 metros) em 26 de abril de 1336, em uma carta famosa publicada como uma de suas Epistola e familiares (IV, 1). Nessa carta, escrita por volta de 1350, Petrarca afirmava ser a primeira pessoa desde a antiguidade a escalar uma montanha para apreciar a vista. Embora a precisão histórica de seu relato tenha sido questionada por estudiosos modernos, ele é frequentemente citado em discussões sobre o novo espírito do Renascimento. A carta de Petrarca é endereçada ao seu antigo confessor, Dionigi di Borgo San Sepolcro. Narra que subiu a montanha com seu irmão Gherardo e dois servos exatamente dez anos após terem deixado Bolonha. Os irmãos continuaram, Gherardo continuando a subir o cume que estavam seguindo, Petrarca sempre tentando um caminho mais fácil, embora mais longo. No topo, eles encontraram um pico chamado Filiolus, "Pequeno Filho"; Petrarca refletiu sobre os últimos dez anos e o desperdício de seu amor terreno por Laura. Eles olharam daquele local, vendo o Ródano e as Cévennes, mas não os Pireneus (que estão a 320 quilômetros de distância). Petrarca silenciou durante a viagem, refletindo sobre a vaidade dos desejos humanos e a nobreza do pensamento humano incorrupto. Quando chegaram de volta à aldeia no meio da noite, Petrarca escreveu esta carta "às pressas e de improviso".
LAURA E A POESIA
Em 1327, em uma sexta-feira Santa, a visão de uma mulher chamada Laura na Igreja de Santa Clara de Avinhão despertou em Petrarca uma paixão duradoura, celebrada nas Rime sparse ("Rimas Esparsas"). Laura é considerada a mulher amada que ele canta em Rerum vulgarium fragmenta (Fragmentos em língua popular), mais conhecidos pelo nome de II Canzoniere. Larua pode ter sido Laura de Noves, esposa de Hugues de Sade e um ancestral do Marquês de Sade. Portanto, o escritor nega ser Laura uma idealização ou um pseudônimo. Sua presença causava no poeta uma alegria indescritível, mas seu amor não correspondido criava desejos instantâneos. Há pouca informação na obra de Petrarca sobre Laura, exceto que é linda, tem cabelos claros e é uma moça modesta e digna. Laura e Petrarca tiveram pouco ou nenhum contato pessoal. De acordo com seu Secretum, ela o recusava porque já era casada com outro homem. Ele canalizou seus sentimentos para os poemas de amor que eram exclamatórios e escreveu prosa em que mostrava seu desprezo por homens que buscavam mulheres. Petrarca aperfeiçoou a conhecida forma do soneto, herdada de Giacomo da Lentini, e que Dante amplamente usou. Muitos dos poemas de Petrarca, colecionados no Cancioneiro (dedicado à Laura), eram sonetos. O compositor romântico Franz Liszt musicou alguns dos sonetos de Petrarca, Tre sonetti del Petrarca.
Il enoteca di Arquá
Fonte: Autora.
PETRARCA E A FILOSOFIA
Afresco.
Fonte: Autora.
Petrarca é tradicionalmente chamado o pai do humanismo. Ele inspirou a filosofia humanista que levou à Renascença. Embora o Humanismo tenha mais tarde sido associado ao secularismo, Petrarca era um devoto cristão e não via conflitos entre a realização do potencial humano e a fé religiosa. Um homem muito introspectivo, ele deu forma, na maioria, ao nascente movimento humanista porque muitos de seus conflitos internos e meditações expressadas em suas obras foram sumamente recebidas pelos filósofos humanistas Renascentistas e debatidas por muitos anos. Por exemplo, Petrarca lutou com a relação própria entre a vida ativa e a vida contemplativa, e teve uma tendência a enfatizar a importância da solidão e do estudo. O político e pensador Leonardo Bruni defendeu a vida ativa, ou humanismo cívico. O resultado foi que um surpreendente número de líderes políticos, militares e religiosos durante a Renascença apontaram a noção de que sua busca pela glória pessoal deveria se basear no exemplo clássico e na contemplação.
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GALERIA DE FOTOS - CASA DE FRANCESCO PETRARCA, 2025
Afresco interno à casa de Petrarca
Fonte: Autora.
Monumento em homenagem à Petrarca
Fonte: Autora.
Caminho com indicação da casa de Petarca.
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Monumento com explicação sobre a casa de Petrasca.
Fonte: Autora.
Entrada da casa de Petrarca
Fonte: Autora.
Pavimento superior da casa de Petrarca
Fonte: Autora.
Escada da casa de Petrarca
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Arco da casa de Petrarca
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Sala interna da casa de Petrasca
Fonte: Autora.
Basílicas
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Decoração da casa de Petrarca
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Poema de Francesco Petrarca
Fonte: Autora.
Afresco no interior da casa de Petrasca
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Estátua de Petrarca
Fonte: Autora.
Afresco interior à casa de Petrasca
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Assento no interior da casa de Petrasca
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Afresco no interior da casa de Petrasca
Fonte: Autora.
Outro afresco no interior da casa de Petrasca
Fonte: Autora.